“Eu fui até o gabinete pedir para ser trocada de secretaria. Trabalhava na Saúde e queria ir para a Secretaria de Administração ou Fazenda, já que tinha estudado administração. De repente ele veio para cima de mim”.
O relato é da ex-funcionária da prefeitura E.E.O.F, 31 anos, que acusa o prefeito Aquiles da Costa (PMDB) de assediá-la dentro do gabinete da prefeitura. Até o último dia 1º de junho, ela trabalhava como coordenadora do setor de regulação da Secretaria de Saúde, quando foi exonerada pelo prefeito.
O assédio, segundo ela, ocorreu em duas oportunidades, ambas no gabinete: a primeira vez em março e a segunda em abril. Contudo, afirma, foi na segunda vez que o prefeito teria sido mais incisivo. “Ele tentou me beijar e colocou o órgão genital para fora da calça. Eu fiquei chocada. Sou uma mulher casada, de respeito”, afirmou em entrevista ao Notícias de Penha.
O caso do suposto assédio chegou à justiça há cerca de um mês após ser instaurado um inquérito policial na Delegacia de Penha. O processo número ‘0001349-55.2017.8.24.0048’ está protegido por segredo de justiça e não é possível acompanhar o desenrolar dessa história. Como o prefeito tem foro privilegiado, o processo será julgado pelo Tribunal de Justiça em Florianópolis e acompanhando pela Procuradoria-Geral do Estado.
Nota oficial da prefeitura de Penha sobre o caso
“O prefeito Aquiles da Costa prefere não tecer comentários sobre o assunto para não atrapalhar as investigações da polícia civil, pois entrou com uma denúncia de tentativa de extorsão feita pelo referido casal, que buscou chantageá-lo com uma denúncia falsa de assédio. E. fez o boletim de ocorrência e retirou a acusação no mesmo dia, vindo depois, junto com seu marido, ameaçar de procurar a imprensa caso não recebesse o valor de 90 mil reais.
O prefeito se recusou a ceder à extorsão, e procurou a polícia com gravações telefônicas que comprovam a tentativa de chantagem. Foi aberto um inquérito para investigar a tentativa de extorsão, e você pode buscar mais informações sobre o caso junto com o responsável pela delegacia da polícia civil de Penha.
Reiterando a necessidade dos meios de comunicação de primarem pela ética, recomendamos cautela na divulgação desta notícia, lembrando que publicações caluniosas podem gerar queixa-crime, e também acarretam em ações de danos morais.”
Não houve extorsão, garante marido da ex-servidora
Novamente procurado pela reportagem, o esposo da ex-funcionária garantiu que não houve pedido de extorsão. “Nessa gravação deles mostra que o prefeito tentou induzir minha esposa a pedir um dinheiro para não denunciá-lo. Nós pedimos uma indenização pelo período que ela iria trabalhar na prefeitura, ou seja, referente aos próximos três anos e meio. Foi isso o que pedimos, o que achamos justo pelo transtorno que ele causou à nossa família”, disse o marido, que concorreu ao cargo de vereador na eleição passada pela coligação que elegeu o prefeito Aquiles.