rede de proteção à mulher

Polícia Civil e Câmara articulam a criação de uma rede de proteção à mulher

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Vereadoras e delegados da Polícia Civil visitaram ontem a Subdelegacia de Penha (foto:divulgação)

A Câmara de Vereadores de Penha será a primeira do estado a implantar uma procuradoria especial da mulher, órgão que dará apoio às mulheres, principalmente àquelas vítimas de violência doméstica. A iniciativa partiu da presidente da Casa, Maria Juraci Alexandrino (PMDB) com o apoio da vereadora Regiane Aparecida Severino (PMDB). Terça (19), elas se reuniram com representantes da Polícia Civil de Santa Catarina para articular, junto com a Câmara, a criação de uma rede de proteção à mulher.

A delegada Patrícia Maria Zimmermann D’Avila, coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Santa Catarina, esteve ontem em Penha e Balneário Piçarras para debater o tema com as vereadoras. Elas foram à delegacia da comarca e conversaram com a delegada Danielle Gonzalez. No encontro, foram debatidos problemas na prevenção de casos de violência doméstica e maneiras de melhorar o atendimento às vítimas e o tratamento para os agressores.

“De nada adianta dar apoio à mulher se não houver tratamento para o agressor. Ele sai de casa, arruma outra companheira e as agressões continuam. Muda só a vítima”, ponderou a delegada Patrícia.

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Mais do que apresentar o projeto da procuradoria, Juraci pediu que a delegada Danielle pudesse atender em Penha duas vezes por semana. “De pronto ela disse que poderia nos auxiliar dessa forma. É importante que as mulheres vítimas tenham contato com uma delegada”, pontuou Juraci. O delegado Regional de Itajaí, Ângelo Moreno Cintra Fragelli, deu o aval para que a parceira aconteça.

A procuradoria deve fazer parte de uma rede de proteção à mulher. O foco é estruturar a delegacia e treinar profissionais para os atendimentos. A comitiva que esteve em Penha ontem visitou também a subdelegacia da Polícia Civil, localizada no Beto Carrero, local onde deve funcionar esse centro de apoio. “Aqui podem ocorrer reuniões entre as vítimas e grupos de apoio. O importante é que eles falem e não desistam de denunciar os agressores”, disse a delegada Patrícia.

Agredidas voltam atrás

Um dos grandes problemas enfrentados pela delegada de Piçarras, Danielle Gonzales, são as vítimas que desistem da queixa. “Muitas relatam que os agressores são bons pais e acabam criando desculpas para não prosseguir com a investigação policial. Depois, a gente acaba sabendo que o marido voltou a agredir a esposa”, comentou a delegada Danielle.

A direção do parque Beto Carrero esteve ontem na subdelegacia e deu carta branca para as modificações na estrutura. Uma sala ampla para encontros de vítimas de violência doméstica deve ser construída no local. “Já temos um projeto de como essa rede integrada vai funcionar. E precisamos muito do apoio do poder público. A Câmara está dando um importante passo com a procuradoria especial da mulher. Agora temos que determinar as competências de cada um e começar a trabalhar”, completou a delegada Patrícia.

Números das agressões

Desde que o ano começou, ao menos 50 mulheres foram assassinadas em Santa Catarina. Desses, 14 foram definidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) como crime passional. Já as outras mortes são classificadas como homicídio decorrente de violência doméstica — que acabam sendo classificados como feminicídio.

Em Penha, segundo informações da delegacia de Piçarras, há um grande índice de estupros contra mulheres e, principalmente, crianças.

Evento na Câmara

No próximo dia 19 de outubro (quinta-feira),a partir das 19h, a Câmara fará uma sessão solene para a instalação da Procuradoria Especial da Mulher. O evento vai contar com a presença da Polícia Civil, Tribunal de Justiça e representantes das procuradorias da Câmara dos Deputados e Senado Federal.



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