No Dia Mundial da Água, estudo mostra que o Brasil não tem o que comemorar, a exemplo de Penha

Em celebração ao Dia Mundial da Água (22 de março), o Instituto Trata Brasil e a GO Associados, traz novas informações com dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). A publicação anual avalia os indicadores de acesso à água potável, coleta e tratamento dos esgotos no país.

No Brasil são aproximadamente 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgotos. O Brasil ainda não trata metade dos esgotos que gera (49%), o que representa jogar na natureza, todos os dias, 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento. Nas 100 maiores cidades, em 2019, descartou-se um volume correspondente a 1,8 mil piscinas olímpicas diárias.

Entre 2012 e 2019, a população com acesso à rede de água no país evoluiu timidamente (de 82,7% com acesso para 83,7%). Em sete anos de comparação, o país saiu de 48,3% da população com rede de esgoto (2012) para 54,1% em 2019. O país tratava, em 2012, 38,7% do esgoto gerado e foi para 49,1% em 2019, enquanto nos maiores municípios o índice passou de 48,8% para 62,17%.

Enquanto o Brasil perde 39% da água potável produzida (para cada 100 litros de água produzida no país, 39 não chegam formalmente a nenhuma moradia), 70% dos municípios investem menos de 30% do valor arrecadado em saneamento.

Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, chama atenção para o abismo que cada vez mais separa as cidades que investem, das que não investem: “Se nada mudar, ampliaremos a noção de termos dois “Brasis”: o dos com e o dos sem saneamento”.

Em Penha, a falta da disponibilização de um terreno à Águas de Penha, por parte da prefeitura municipal, impede que o tratamento seja iniciado, situação que se agravou no início de 2020 quando a própria prefeitura ajuizou o contrato entre as partes, deixando definitivamente sem previsão, uma solução para o fim – por exemplo – dos esgotos lançados nas praias da cidade, o que gera um número incalculável de problemas sanitários, além do impacto super negativo no turismo da cidade.

 

Imagem: Fabrício Flores