Dia Nacional da Luta Antimanicomial busca a inclusão de portadores de doenças mentais em Balneário Piçarras

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) busca conscientizar a população de Balneário Piçarras sobre a relevância de abordar o Dia da Luta Antimanicomial. Comemorada em 18 de maio, a data foi instituída no Brasil em homenagem a luta dos trabalhadores de saúde mental.

O CAPS atende mensalmente uma média de 300 a 400 pacientes com transtornos mentais moderados e graves por meio do acolhimento realizado pelos profissionais, que definem o atendimento adequado.

“A gente envolve ele em todos os serviços do CAPS, como psicóloga, pedagoga, terapia ocupacional, psiquiatra, e também de outras áreas do município, como uma atividade esportiva”, explica a enfermeira e coordenadora do CAPS, Carla Regina Rudolf. “A internação é último recurso que nós usamos, mas a sociedade ainda enxerga como a primeira opção”, completa.

Por falta de uma rede de apoio, o atendimento de toda a demanda relacionada a saúde mental do município é centralizado no CAPS. O serviço vem sendo reestruturado para ampliar e melhorar o atendimento, por meio do trabalho com toda a rede de saúde, como a assistência social e o conselho tutelar. A equipe busca inserir o paciente em atividades do cotidiano, no grupo familiar e como um indivíduo da sociedade.

“O movimento da luta antimanicomial começou a criar força na década de 1980, durante a 2ª Conferência Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental, em Bauru. Naquele momento, mais de 365 profissionais protestaram contra a forma de tratamento realizado dentro dos manicômios e hospitais psiquiátricos”, resgata a terapeuta ocupacional do CAPS, Doutora Lisete Maria Borba.

Com o posicionamento dos profissionais contra o tratamento de segregação e exclusão dentro dos manicômios, a luta passou a ter destaque nacional e, em 2001, foi sancionada a Lei nº 10.216. “Ela dispõe sobre a proteção e o cuidado das pessoas com transtorno mensal, além do redirecionamento do modelo de tratamento da saúde mental. A partir dessa lei, as pessoas passaram a ter mais direitos”, elucida a Doutora, Lisete Maria Borba.

“É um absurdo o que acontecia nos manicômios em todo o mundo, onde as pessoas eram tratadas como prisioneiras por terem características diferentes da sociedade, que os rejeitava. A luta antimanicomial começou aí e ainda é necessária para combater o preconceito contra essas pessoas que podem tomar atitudes muitas vezes benéficas para a sociedade, justamente por serem diferentes”, conclui o médico psiquiatra do CAPS, Dr. Marcos Queiroz.

 

SAIBA MAIS

Os moradores podem buscar o atendimento do CAPS pelo número 3345-2063 e presencialmente pelo endereço Rua João de Deus Carvalho, 565, bairro Santo Antônio, próximo a Secretaria de Saúde.